O pensamento é quase tudo na vida do espírito.
Ele é a manifestação da inteligência, é a razão desentulhando os velhos caminhos dos instintos, para manifestar altamente, e com segurança, o prémio da conquista da alma nas lutas do mundo.
Em tudo o que fazemos, a influência do pensamento está visível, pois determina o que devemos ou não fazer.
É certo que existem muitas determinações que o bom senso deixa de cumprir, não achando sequência agradável em seus estímulos, coerentes com a caridade e com o amor.
Porém, as outras programações aceitáveis nascem do seu majestoso impulso, como ideias vigorosas, a tornarem-se concretas nos atos de cada dia.
Quando o homem começa a analisar o modo pelo qual pensa, está acordando para as realidades espirituais, os seus olhos se abrem por gostar da luz.
E essa luz, com certeza, irá beneficiá-lo.
O pensamento vibra em duas faixas, cuja influência nos acostumamos a sentir: uma inconsciente e outra consciente.
E o corpo físico, tanto quanto o espiritual, é largamente impulsionado por ele.
A mente é o centro de transmissão, e os átomos que compõem as moléculas, até o mais volumoso órgão, receptores ligados na dimensão exata de todas as emissões.
Somos beneficiados com pensamentos retos, ou torturados com ideias que têm como mãe a pura ignorância.
Por falar em ignorância, ela tem uma escala gradativa bem maior do que julgamos.
Em certas circunstâncias, pensa-se que estamos de posse da consciência de determinados assuntos, ou munidos de vigilância necessária, e no ponto mais vigiado é que caímos, porque a consciência não era total.
Existia ainda um pouco de ignorância que nos fez fraquejar, razão por que as faltas são mais ou menos leves, de acordo com o erro praticado.
É uma questão também de justiça.
Se assim pudéssemos dizer, a mente tem muitas camadas sobrepostas, interligadas umas às outras.
Todavia, no intervalo de uma para outra, um sentido denuncia, conforme seu despertar, o que vai para a verdadeira formação dos pensamentos.
E a alma adestrada no bem desfaz os primeiros traços congênitos das ideias antes que estas tomem as verdadeiras formas.
É o que o apóstolo Paulo chamava desta forma: O Cristo em mim é motivo de glória .
Achava o seareiro do Evangelho, que nessas horas, o Mestre operava dentro dele, enriquecendo suas qualidades morais, e queimando o joio, para que o trigo pudesse florescer na lavoura da mente.
Demos os nomes que melhor nos apetecer, isso não importa.
Importa sim, que vigiemos, estimulando o amor em nossos corações, para que ele não nos deixe sem recursos para combater os pensamentos inferiores que, por vezes, queiram invadir a seara das ideias, conturbando a nossa vida.
A açâo do pensamento, na faixa inconsciente, é o programa de Deus em nossa defesa.
Ele estimula glândulas, sem que notemos, nas linhas mais acertadas que possamos imaginar.
É o que ocorre com a supra-renal, na hora de um perigo iminente.
O raciocínio consciente é como se fosse uma carta colocada nos correios, cujo transporte fosse pela estrada de ferro.
Como a demora é excessiva, enviamos um recado pelas ondas do rádio, com o assunto mais ou menos sintetizado, até que chegue o velho estafeta.
Assim é o caso mencionado.
O pensamento inconsciente são as – 94 – ondas de rádio para a supra-renal, no sentido de ela preparar a defesa, para que depois, a razão concretize o trabalho de amparo.
O pensamento vibra em duas faixas, que podemos mencionar, por enquanto.
Mas na verdade os seus recursos são infinitos.
Eis que chegou a hora de entrarmos na escola do pensamento reto, para que as ações dignas nos sejam favoráveis.